Entre Tejo e Sado

História

Após a proclamação da República em 1910, foi aprovado, por iniciativa do Ministro do Fomento do Governo Provisório da República Portuguesa, Manuel de Brito Camacho, o decreto com força de lei de 1 de Março de 1911, que criou as bases jurídicas do actual Crédito Agrícola Mútuo, Instituições que, à data, assumiram, na sua maior parte, a natureza cooperativa e mutualista, elementos distintivos que perduraram até aos dias de hoje.

Neste ano, em 4 de Julho de 1911, foi constituída a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Alcochete, seguindo-se, dois anos depois, a criação, em 22 de Janeiro de 1913, da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Aldeia Galega do Ribatejo, que, em 17 de Fevereiro de 1986, alterou a sua denominação social para Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Montijo. Em 22 de Junho de 1928, foi fundada a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Palmela, cuja área social integrava os concelhos de Palmela, Setúbal e Moita. Em 12 de Agosto de 1936, foi criada a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo do Seixal, cuja área social compreendia os concelhos do Seixal e Sesimbra. Finalmente, em 30 de Julho de 1985, nasceu a Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Vendas Novas, concelho localizado no distrito de Évora.

No âmbito de um processo de reorganização do Crédito Agrícola na Península de Setúbal, registou-se, em 28 de Maio de 1996, uma fusão por integração das Caixas Agrícola do Seixal, Palmela e Vendas novas, dando origem à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Entre Tejo e Sado. Em 26 de Agosto de 1997, concretizou-se a fusão por incorporação da Caixa Agrícola do Montijo na Caixa Agrícola de Entre Tejo e Sado e, em 13 de Dezembro de 1999, realizou-se a fusão por incorporação da Caixa Agrícola de Alcochete na Caixa Agrícola de Entre Tejo e Sado. Em 2007, no âmbito de um processo de recapitalização da Caixa Agrícola de Entre Tejo e Sado, procedeu-se à cisão das áreas sociais de Sesimbra e Setúbal, as quais foram transmitidas à Caixa de Crédito Agrícola Mútuo da Costa Azul. Mais tarde, em 2010 e 2011, a Caixa Agrícola de Entre Tejo e Sado integrou os concelhos de Almada e Barreiro, respectivamente, na sua área social.

Na sequência destas transformações, a área social da Caixa Agrícola de Entre Tejo e Sado passou a ser constituída pelos actuais 8 Concelhos, dos quais 7 localizam-se na Península de Setúbal e 1 situa-se no Alto Alentejo, concretamente: Alcochete, Montijo, Moita, Barreiro, Seixal, Almada, Palmela e Vendas Novas. Assim, a geografia de Entre Tejo e Sado corporiza um ecossistema regional particularmente vasto e diversificado, combinando realidades socioeconómicas rurais e urbanas.

A região de Entre Tejo e Sado albergava, em 2019, uma população residente de 628.453 Pessoas (*) e, em 2018, um número de empresas não financeiras de 60.514 (*), registos que atestam a sua vitalidade socioeconómica. De assinalar que, os 7 concelhos localizados na Península de Setúbal integram a Área Metropolitana de Lisboa, que constitui a região de maior dinamismo económico e populacional de Portugal.

Nos últimos anos, os concelhos de Alcochete e Montijo conheceram um forte crescimento demográfico, devido à sua elevada proximidade e acessibilidade à cidade de Lisboa, proporcionada pela Ponte Vasco da Gama inaugurada em 1998. O concelho de Palmela, o de maior dimensão territorial da Área Metropolitana de Lisboa, testemunhou igual dinâmica, reflexo do desenvolvimento do «cluster» automóvel, impulsionado pela instalação da Autoeuropa em 1995, que constitui o maior investimento estrangeiro em Portugal, promovendo a transformação socioeconómica do concelho, cuja vocação era iminentemente rural. Os Concelhos de Almada e Seixal concentram, hoje, o maior número de pessoas e empresas de Entre Tejo e Sado, pesando cerca de 54% e 56% (*), respectivamente, na região.

A Caixa Agrícola de Entre Tejo e Sado possui uma rede de 10 Agências, espalhadas pelo seu território, nomeadamente: Alcochete (1), Montijo (1), Moita (1), Barreiro (1), Seixal (1), Almada (1), Palmela (3) – Palmela, Pinhal Novo e Águas de Moura e Vendas Novas (1).

A rede de Agências de Entre Tejo e Sado conheceu, contudo, nos últimos anos, alterações na sua geografia. Assim, em 2006 e 2017, encerraram-se as Agências da Fonte da Senhora e Samouco, respectivamente, localizadas no Concelho de Alcochete e instalaram-se outras tantas, uma no Concelho de Almada, em 2010, na Charneca da Caparica, e outra no Barreiro, em 2011, no centro da cidade. Em 2021, encerraram-se as Agências da Agências da Baixa da Banheira, Pegões e Quinta do Anjo, cujas contas bancárias foram transferidas para as Agências de, respectivamente, Moita, Montijo e Palmela, localizadas no mesmo Concelho. Esta reconfiguração visou responder às transformações socioeconómicas da região, melhorar a cobertura do território e reforçar a eficácia comercial da Caixa Agrícola.

A evolução da realidade socioeconómica da região de Entre Tejo e Sado, a intensificação da competição no mercado bancário regional, a pressão sobre a eficiência e rendibilidade do negócio da Caixa Agrícola e a alteração do modelo de negócio bancário, cortesia da digitalização, poderão justificar reorganizações futuras da arquitectura da rede de Agências da Caixa Agrícola, associadas à transformação do modelo de geração e entrega de valor aos seus Clientes e Associados, sempre norteada, atenta a sua natureza cooperativa e mutualista, pelo seu Propósito de Servir a Comunidade.

(*) Dados da Pordata.