Vila Verde e Terras de Bouro

Mensagem do Presidente

Exmos. Senhores, Associados e Membros dos Orgãos Sociais,

O contexto em que decorre a actividade das instituições de crédito continua marcado por vários factores adversos, que muito penalizam a sua rentabilidade apesar de, no exercício em curso, já conseguirem resultados positivos, ainda que modestos, após um longo período em que registaram avultados prejuízos.

A melhoria verificada na situação macroeconómica coexiste com taxas de juros em mínimos históricos, continuando as taxas Euribor em níveis negativos; no entanto estas melhorias da actividade económica não está a conduzir a uma recuperação da procura de crédito, o que tem conduzido a uma acentuada concorrência entre Bancos, que procuram captar os melhores riscos, praticando taxas de juro que dificilmente proporcionam o retorno adequado.

As instituições enfrentam ainda maiores e mais exigentes obrigações a nível regulamentar que aumentam substancialmente os custos regulatórios e de “compliance”, quer nos aspectos de supervisão prudencial quer de supervisão comportamental.

No âmbito da supervisão prudencial, as instituições têm sido confrontadas com sucessivas vagas regulatórias, cada vez de maior complexidade; já no que se refere à supervisão comportamental têm vindo a ser impostas variadíssimas restrições que limitam consideravelmente a margem de manobra dos Bancos para a condução dos seus negócios, quer na definição dos produtos, quer no relacionamento com os Clientes, quer mesmo no tocante ao preçário das operações e serviços, comprometendo a possibilidade de, através da margem complementar, se ter uma compensação para o estreitamento da margem financeira que o baixo nível das taxas de juro implica.

Apesar de todos estes factores adversos e do contexto desfavorável a CCAM de Vila Verde e Terras de Bouro continua a apresentar resultados muito positivos, perspectivando-se para o final do exercício um lucro igual ou até superior ao verificado em 2016.

Para este excelente resultado muito contribui a gestão equilibrada, sã e prudente, implementada pelo Conselho de Administração, nomeadamente quanto à contenção nas taxas de juro dos depósitos de Clientes que, mesmo assim têm aumentado, o que reflecte a confiança que os nossos Associados e Clientes têm nesta instituição e no Grupo Crédito Agrícola.

Em termos estruturais a CCAM de Vila Verde e Terras de Bouro continua a ser um exemplo a nível nacional, cumprindo na íntegra todos os Indicadores e Rácios Normativos superiormente estabelecidos; na área comercial vamos, mais uma vez, terminar o ano numa posição de destaque, cumprindo e ultrapassando os objectivos que a Caixa Central nos fixou, o que demonstra bem a dinâmica e empenho dos nossos Colaboradores.

O ano de 2018 vai ser muito desafiante, fruto das implicações que vão decorrer do quadro regulatório instituído pela Autoridade Bancária Europeia (EBA) e pelo Banco Central Europeu (BCE) relativamente ao escrutínio de Administradores, membros dos Órgãos de Fiscalização e detentores de Funções Essenciais.

Vamos ter situações difíceis de resolver que exigirão muito bom senso e serenidade a todos os envolvidos sendo que o interesse superior da Caixa deve prevalecer sobre toda e qualquer expectativa individual. Independentemente de qualquer cenário e sem ignorar as dificuldades, quero dizer-vos que, pessoalmente, sinto que o resultado final seja em que patamar for, vai depender sempre da qualidade das nossas decisões e do nosso esforço e grau de empenhamento.

Para terminar, quero deixar nesta Mensagem o meu profundo reconhecimento aos membros dos Órgãos Sociais pela confiança e disponibilidade que demonstram, bem como a todos os Colaboradores pelo empenho, dedicação e competência que colocaram no exercício das suas funções e que em muito dignificam esta instituição.



José Feio Santos Soares,

Presidente do Conselho de Administração.