O papel estratégico do cooperativismo debatido no Congresso Internacional do Cooperativismo, organizado pela CONFAGRI e pelo Grupo Crédito Agrícola

03 de Novembro de 2025 - No Congresso Internacional do Cooperativismo, que decorreu nos dias 30 e 31 de Outubro, estiveram em debate temas como o contributo das cooperativas agrícolas para o crescimento do sector agroalimentar nacional, o papel da banca cooperativa na economia global, o impacto das cooperativas no desenvolvimento económico regional e local, e a relevância do cooperativismo para a coesão territorial.

De entre os diversos temas abordados sobre o impacto positivo do movimento cooperativo na sustentabilidade económica, social e ambiental das comunidades, destaque para:

Primeiro-Ministro, Luís MontenegroNo governo estaremos focados em poder continuar a contribuir para a sustentabilidade económica e financeira, defendendo aquelas que são hoje pretensões deste sector. Temos um projeto nacional de muito largo alcance que tem um comprometimento muito elevado do Governo e do Primeiro-Ministro

Presidente do Grupo Crédito Agrícola, Sérgio Raposo FradeO modelo cooperativo é, hoje, mais do que nunca, uma resposta moderna a desafios muito atuais. Num país profundamente desigual e com vastas áreas do território ameaçadas pela desertificação, O Crédito Agrícola é a prova de que o modelo cooperativo pode aliar solidez financeira e proximidade humana, desempenhando um papel determinante na vitalidade económica das regiões. Num tempo em que a concentração de serviços ameaça o interior do país, continuamos a investir onde muitos se retraem, porque acreditamos que apoiar a agricultura, as pequenas e médias empresas (PME) e as famílias é também apoiar a coesão nacional. O futuro do cooperativismo passa pela sustentabilidade e pela inovação, mas também por um compromisso com as pessoas e com os territórios. É essa a nossa missão e o legado que queremos fortalecer no Ano Internacional das Cooperativas.

Presidente do Conselho de Administração da CONFAGRI, Idalino Leão:É necessário reforçar e fomentar o cooperativismo, como em tempos já teve uma secretaria de estado. O cooperativismo merece voltar ao centro da estratégia nacional, com medidas concretas e estruturadas que reconheçam o seu papel vital nos territórios onde outros não querem estar. Em muitos dos nossos municípios, as cooperativas agrícolas são a segunda entidade empregadora. Que representam o mundo real, que merece ser respeitado e ter uma voz. Falar de agricultura é também falar de futuro, e para isso é necessário atrair jovens que só será possível se esta atividade for rentável. O setor agroalimentar enfrenta desafios sérios que exigem respostas urgentes. É tempo de agir.

Presidente do Conselho de Administração da FENACAM – Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo, Jorge Volante:O setor cooperativo tem um papel decisivo no desenvolvimento do negócio agroalimentar, na criação de emprego e na fixação de população, assim como na participação activa das comunidades locais. E o cooperativismo financeiro é, assim, não apenas um modelo de gestão, mas um instrumento de coesão social, económica e territorial, onde assegura serviços essenciais e gera desenvolvimento. A tendência para uniformizar o modelo cooperativo com o da banca comercial ignora esta realidade e coloca em risco um dos instrumentos mais eficazes de apoio às empresas locais e às comunidades que dão vida aos territórios.