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A crónica dependência de Portugal na importação de sementes é um cenário susceptível de ser contrariado – se não total, pelo menos parcialmente. Esta é a ideia-chave do projecto Sementes Duradouras, em fase inicial de investigação fundamental a decorrer no ITQB NOVA. Assente no conhecimento e experiência acumulada em investigação na área da epigenética, o projecto foi distinguido com o Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola 2024, na categoria “Resposta a stresses bióticos e abióticos”.
A importância de ver para além do olhar, já dizia Michel de Montaigne. Neste caso, a necessidade de compreender melhor os mecanismos bioquímicos e epigenéticos associados à perda de viabilidade das sementes e, a partir daí, explorar novas estratégias para a preservação e viabilidade de sementes a longo prazo. Estes são os pressupostos e o fio condutor de Sementes Duradouras. Um projecto que abre novos horizontes à agricultura portuguesa, com a marca do Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier ITQB NOVA, na reafirmação do seu compromisso com a inovação e a sustentabilidade, tendo como pano de fundo o impacto na segurança alimentar e a eficiência no sistema de produção agrícola.
“A crescente dependência de sementes importadas e a necessidade de aumentar a sua longevidade e resiliência em condições de stress são desafios cruciais”, sublinha Ana Paula Santos, investigadora do ITQB NOVA.
Para responder de modo robusto a esses desafios, o projecto Sementes Duradouras tem como alicerces o conhecimento e a experiência acumulada em investigação na área da epigenética. “Sem alterar o código genético, utilizamos moléculas capazes de modular a expressão genética procurando aumentar a longevidade e tolerância das sementes a condições adversas”, explica a investigadora.
Ana Paula Santos faz notar que nesta fase inicial de investigação fundamental o foco consiste na formulação do conceito e no estabelecimento de testes experimentais para validar a abordagem proposta. E, pelos vistos, o Prémio Inovação e Empreendedorismo Crédito Agrícola veio ajudar. “Este reconhecimento permitiu dar maior visibilidade à ideia e avaliar potenciais parcerias e fontes de financiamento essenciais ao desenvolvimento do projecto”.
Ana Paula Santos reforça que, do ponto de vista da investigação fundamental, Sementes Duradouras permite desde já compreender melhor os mecanismos associados ao envelhecimento das sementes. Este é um ponto de partida crucial.
Depois, olhando em frente, a transferência do projecto para a comunidade irá depender do progresso nas etapas de desenvolvimento e validação experimental. “Se a abordagem for bem-sucedida, poderá trazer benefícios significativos para os agricultores, reduzindo a dependência de sementes importadas e aumentando a resiliência das culturas”, defende a investigadora, reiterando que o Prémio CA representa um importante reconhecimento da relevância da investigação científica na resolução de um problema concreto da agricultura. “Traz também visibilidade que pode alavancar a captação de novos apoios e colaborações que permitam levar o projecto ao próximo nível. É um incentivo para continuar a explorar novas soluções sustentáveis para a conservação de sementes”. O CA reconhece e a agricultura portuguesa agradece.
Parabéns ao ITQB NOVA