App CA Mobile
Para Mim
Na app vai encontrar uma experiência adaptada ao seu telemóvel.
Na app vai encontrar uma experiência adaptada ao seu telemóvel.
Em 2050, o Planeta precisará de alimentar 10 mil milhões de pessoas. Para ajudar a satisfazer tão gigantesca necessidade, todos os projectos que apontem nesse sentido são bem-vindos. Assim acontece com o Seedsight, desenvolvido pela start-up deeptech que pensa e opera a partir da incubadora do Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade do Porto. A ideia é justamente essa: com a mesma quantidade de cereais, produzir muito mais alimentos. Daí o reconhecimento no âmbito do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola, através da distinção Born from Knowledge Awards promovida pela ANI.
O projecto nasceu da “vontade partilhada de gerar impacto positivo nos sistemas alimentares, concretamente junto da cadeia de valor dos cereais e numa lógica muito clara: com a mesma quantidade de matéria-prima, produzir mais… muito mais alimentos”. As palavras são sublinhadas a uma só voz pela equipa Seedsight, retratada na foto de grupo desta reportagem: Francisco Neto, Manuel Mourato, Duarte Viveiros, Paulo Santos (co-fundador e CTO), Joana Paiva (co-fundador e CEO), Daniela Oliveira, Tânia Mendes e Gonçalo Ramos (co-fundador e CCO).
No esmiuçar da ideia que interpelou a equipa e faz mover o seu projecto, logo reparamos que tudo converge para tornar o controlo de qualidade dos cereais — actualmente focado no trigo e no milho — mais eficiente, mais objectivo, mais sustentável.
Como? A resposta é dada através de uma tecnologia inovadora que permite avaliar de forma representativa a qualidade do grão antes da moagem, um ponto crítico neste sector. “Combinamos fibra óptica e inteligência artificial [IA] para trazer precisão e transparência a um processo essencial da cadeia alimentar. Com esta solução, marcamos também a nossa intenção de iniciar a digitalização da cadeia de valor dos cereais, aproximando ciência, tecnologia e indústria agroalimentar”, explica a equipa Seedsight.
No capítulo da inovação, a plataforma aqui desenvolvida integra sistemas de detecção ópticos e IA numa solução completa de análise de grãos. “São captadas assinaturas físicas e bioquímicas detalhadas do grão, que depois são transformadas em informações predictivas e accionáveis – tudo acessível online”. Com esta tecnologia de rastreio e previsão digitais, o controlo de qualidade é “mais rápido, inteligente e escalável em toda a cadeia de valor”.
É de sublinhar que os resultados preliminares trouxeram as melhores notícias, ao comprovarem a elevada eficiência da tecnologia Seedsight em métricas de análise e produtividade do grão de cereal. Entretanto, limam-se as arestas do protótipo transportável ao mesmo tempo que avança a validação do conceito em contexto laboratorial, preparando a fase seguinte de testes industriais.
No planeamento definido, as próximas metas são comercializar as primeiras experiências-piloto junto de parceiros na fileira cerealífera, escalar a solução para outros cereais e, de caminho, preparar a entrada em mercados internacionais.
No curto prazo, a equipa Seedsight espera que os seus argumentos continuem, como até aqui, a ser bem acolhidos pela indústria moageira e a captar novos traders de mercado, identificando “a nossa tecnologia como uma forma de aumentar a eficiência, reduzir perdas e melhorar a transparência da cadeia de valor dos cereais”.
Mais à frente, num prazo necessariamente mais distendido, as expectativas voltam-se para todo o universo de stakeholders, desde os agricultores aos processadores alimentares – que compram cereais ou derivados de cereais -, também na perspectiva de que “possam utilizar a plataforma e reconhecê-la como um selo de garantia de qualidade da matéria-prima que estão a vender/comprar”.
Está explicado o porquê da relevância do projecto Seedsight, na edição de 2024, do Prémio Empreendedorismo e Inovação Crédito Agrícola, ao ser-lhe atribuída a distinção Born from Knowledge Awards promovida pela ANI – Agência Nacional de Inovação. “É um reconhecimento muito importante do valor científico e tecnológico do nosso trabalho e uma motivação adicional para continuar a transformar inovação em impacto real na indústria agroalimentar”, fazem notar os responsáveis do projecto.
O Planeta sorri e nós também.