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Para Mim
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O homem que inventou e vai ao leme do restaurante Acontece, em Elvas, é um alentejano com mundo. Um criativo de todas as horas que não se cansa de provar que os prémios (1.º lugar como finalista das “7 Maravilhas da Nova Gastronomia” em 2021) e os reconhecimentos (PME Excelência 2023, entre os mais recentes) dão, como por aqui se diz, um trabalho “danado”. Quando Ruy d’Andrade nasceu, corria 1977, o Reino Unido ouvia os primeiros acordes do pós-punk. Uma ideia alternativa, com o seu lado poético e o desassossego de experimentar, arriscar, ousar algo diferente. Querem ver…
Quem ama o que faz, sem concessões nem reservas, tem tudo para chegar mais além na vertigem do fazer acontecer. E quando tal acontece, o mundo à nossa volta pode ser um pouco mais feliz. Era assim com os bifes de vaca da avó Maria Catarina, a estufar em cama suada de lume brando num eterno vagar de quatro horas.
“Acendia o fogão religiosamente às oito da manhã e ao bater do meio-dia, apagava. O resultado era toda uma iguaria que fazia as delícias da família e, especialmente, das casas mais abastadas de Santa Eulália, orgulhosas de ter tão talentosa cozinheira ao seu serviço”, recorda o neto, sem reprimir a lágrima que só a largueza do sorriso parece suavizar. Ruy d’Andrade abre com frequência a despensa da sua memória para reviver pessoas, saberes e sabores, na certeza de que uma criatividade incansável como a sua tem de alimentar um apetite voraz.
Ao entrarmos no restaurante Acontece, o nosso anfitrião leva-nos em breve visita guiada a um espaço que tem a marca de uma personagem simultaneamente presente e ausente, num vaivém de ideias e cores, reinvenções e recriações, movimentos artísticos e estilos, um tanto barroco, outro tanto folk art, ali mais geométrico, depois nem dá para classificar – o importante é que a pulsão criativa… acontece.
Ruy d’Andrade não acredita em toques de Midas. Os seus pontos de apoio são a curiosidade insaciável e sem limites, a intuição tantas vezes certeira, a confiança nas suas capacidades técnicas e ousadias estéticas, que tão bons frutos lhe têm dado. Foi assim quando, no serviço militar, em Santa Margarida, lhe confiaram a chefia da cozinha e, no final, lhe atribuíram o respectivo diploma.
Assim continuou a ser quando, já com o curso de desenhador projectista, foi trabalhar para Elvas com o arquitecto paisagista Carlos Correia Dias. E assim tem vindo a suceder em tantos outros desafios, como o Atelier 99, com os trabalhos a solo em decoração e design de interiores, logo após o seu casamento com Ana Rita, a sua companheira e conselheira de sempre.
Ruy d’Andrade é tudo isto em todas as suas dimensões, desde professor de Restaurante/Bar a autor de projectos e relações públicas de espaços que muito honram a gastronomia e a restauração em Portugal.
Entretanto, viajou pelo Oriente, ampliou horizontes, viveu experiências, acrescentou conhecimento.
De regresso a casa, fez… acontecer. Em Janeiro de 2016 abria, em sociedade, o Acontece, restaurante e bar no rooftop, inicialmente na Rua da Aboboreira. A mudança para a actual localização, na Avenida Garcia de Orta, registou-se em Junho de 2017. “Este edifício foi um stand automóvel, estava fechado há 20 anos, embora mantendo o seu charme; tivemos em atenção as pré-existências, aproveitámos o que se justificava e embarcámos, de armas e bagagens, nesta bela aventura. Em Março de 2018 deu-se outra grande viragem, ao agradecer ao meu sócio o bonito caminho que juntos percorremos, concordando ambos que o futuro seria comigo sozinho ao leme. Mudámos a carta, no início muito voltada para as carnes, os fondues, os bifes na pedra, mas também a metodologia de gestão, com pagamentos à inglesa, ou seja, semanais, tanto a colaboradores como a fornecedores. Assim, estamos ainda mais próximos e motivados”. Também a relação de parceria com o Crédito Agrícola, através do CA de Elvas, Campo Maior e Borba, começou justamente aqui, com a nova gestão do restaurante iniciada há sete anos.
Vamos para a mesa. O menu é toda uma profusão de cores, texturas e sabores, com o atum dos Açores em destaque numa verdadeira constelação de iguarias, cuidadosamente acompanhadas dos grandes vinhos alentejanos e de outras jóias nacionais.
Por falar em atum, quem diria que, em 2021, Ruy d’Andrade subiria ao palco da RTP para receber o 1.º prémio como finalista no concurso “7 Maravilhas da Nova Gastronomia”, por uma criação cujo ingrediente principal nem é originário do Alentejo… “Pois não. Mas, o produto local também está lá, e muito bem, representado”. É verdade. O prato vencedor, Atum com Tempura de Legumes e Glacé de Pistáchio, leva precisamente uma calda de Ameixa d’Elvas DOP, da variedade Rainha Cláudia.
Estamos sempre a aprender. Parabéns a Ruy d’Andrade e aos seus dez Colaboradores. “Não gosto de ter ninguém à frente, nem atrás. Lado a lado, conseguimos, todos, chegar mais longe”, diz o homem que vai ao leme. Assim Acontece, em Elvas.
*Cliente CA de Elvas, Campo Maior e Borba