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Em Albergaria-a-Velha, educar para a sustentabilidade e promover a inclusão social de pessoas com deficiência em comunidades rurais e urbanas é um jogo divertido. Uma brincadeira em toda a extensão da palavra, ao combinar o lado didáctico com a vertente pedagógica. Lançado em 2022 pela Associação BioLiving, uma ONG ambiental com raízes no concelho, o projecto Albergaria + Inclusiva está a ser uma experiência reconhecidamente transformadora, desde logo para os próprios educadores. De tal forma, que figura entre os vencedores do Concurso Dia CA Mais Sustentável 2024.
“Através de uma abordagem ‘Aprender a Brincar’ (Learning Through Play), usando blocos LEGO® e outros jogos, temos criado espaços onde todas as crianças e jovens, independentemente das suas necessidades educativas especiais [NEE], se sentem valorizados e envolvidos na discussão de temas ambientais”, conta-nos a bióloga Milene Batista, responsável pelo Departamento de Educação da Associação BioLiving.
Num tempo em que o verbo brincar parece cada vez menos conjugado e aplicado à realidade concreta das nossas vidas, considerando todas as idades e não apenas uma determinada franja – na lógica de que a brincadeira a todos convoca para darmos mais cor e sentido à vida – o Albergaria + Inclusiva tem sido uma oportunidade para reforçar não apenas a aquisição de conhecimentos sobre ambiente e sustentabilidade, mas também o desenvolvimento de outras competências essenciais, como a interacção social, o relacionamento com o outro, a criatividade ou, até, a resolução de problemas. “Para as pessoas com algum tipo de deficiência ou limitação”, explica Milene Batista, esta é também “uma forma de reforçar o desenvolvimento e de melhorar capacidades como a motricidade fina, a fala e a comunicação. Mais do que um simples programa educativo, tem sido um veículo para a participação activa na sociedade, garantindo um ambiente de aprendizagem inclusivo e motivador”. Sucede que as metodologias inovadoras aqui usadas têm sido recebidas com bastante interesse pelos professores, directores de escolas, técnicos de acção social e técnicos municipais.
No meio rural, onde o acesso a programas diferenciados é muitas vezes limitado, a BioLiving tem conseguido superar essa condicionante ao intervir directamente nas escolas, promovendo a inclusão em turmas regulares e criando momentos de partilha em que “as emoções, a liberdade criativa e a unicidade de cada pessoa são valorizadas”. Além disso, a bióloga faz questão de sublinhar que as parcerias com a autarquia e as IPSS locais têm sido fundamentais para levar estas actividades a um público ainda mais vasto, abrangendo diferentes idades e necessidades. “Ao integrar crianças e jovens com NEE em iniciativas ambientais e sociais, estamos não só a promover a consciência ecológica, mas também a construir uma comunidade mais empática e participativa, onde todos têm um papel activo”, frisa Milene Batista.
Com impacto positivo já demonstrado na fase-piloto, que mobilizou dezenas de participantes em diferentes actividades práticas, agora é tempo de expandir a iniciativa e consolidar parcerias para garantir uma aprendizagem contínua e, acima de tudo, confirmar mudanças efectivas nos beneficiários. “Queremos que cada pessoa envolvida neste projecto sinta que faz parte da solução para um futuro mais sustentável e inclusivo”, avança a responsável pelo Departamento de Educação da BioLiving, acrescentando que nesta segunda fase do projecto, e graças ao Concurso Dia CA Mais Sustentável, “estamos a conseguir chegar a um público mais alargado com o envolvimento de, até ao momento, 14 turmas do 5.º ao 8.º ano de uma escola em Albergaria-a-Velha, além de grupos de utentes jovens e adultos de três IPSS locais”.
A ideia é multiplicar
Outros projectos, outras iniciativas vêm pontuando desde 2016, ano da fundação da BioLiving, o pensamento e a acção desta ONG ambiental, a cooperar com vários municípios do Centro-Norte na sua transição para práticas mais sustentáveis.
Tudo acontece numa lógica de proximidade com as pessoas e nas mudanças que se conseguem operar a nível individual. Milene Matos, presidente da BioLiving, dá como exemplo os mais de 300 jovens vindos de todo o mundo para os campos de voluntariado promovidos pela Associação: “Vários são os jovens que confessam ter mudado os seus estilos de vida e, mais ainda, as suas próprias carreiras depois de participarem nas nossas experiências imersivas, feitas de trabalho duro, é certo, mas muito inspirador”.
O impacto destes programas de voluntariado e ‘mentoria informal’ é igualmente revelador nos nossos jovens universitários, cujas experiências no terreno contribuem para a formação de profissionais mais completos e competentes. Entretanto, quem passa por aqui parece ter mais facilidade de encontrar emprego na área ambiental. E muitos são os que, também eles, se tornam líderes de programas ambientais.
“Este efeito multiplicador é o que nos move”, revela a presidente da BioLiving. Multiplicação através do diálogo intergeracional, das crianças à população sénior, num contexto verdadeiramente inclusivo, dando assim sentido pleno a uma ideia-chave: cuidar da Natureza é cuidar de pessoas e vice-versa.
E assim o Mundo será mais feliz. Com toda a certeza.
Parabéns à BioLiving!