Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Esposende

História

1996

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Esposende, CRL, resulta da fusão das Caixas de Póvoa de Varzim e Vila do Conde e da sua congénere de Esposende, facto que foi concretizado em escritura pública, realizada em 31 de Janeiro.

ESPOSENDE

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Esposende foi constituída por um grupo de 18 agricultores, desconhecendo-se com exactidão a data da sua fundação e cuja área social, compreendia apenas o concelho de Esposende.

1937

Iniciou a sua actividade a 30 de Junho, tendo como responsável pelos Serviços o Sr. António Martins dos Santos Portela, que viria a pedir a sua demissão em 31 de Março de 1938.

1945

No dia 1 de Abril é admitido Adriano Lima Fernandes Ferreira, que se manteve como responsável pelos serviços até fins de Fevereiro.

1946

Em 31 de Maio é admitido Francisco de Caíres Lopes da Silva em sucessão de Adriano Lima Fernandes Ferreira.

Em 18 de Junho é admitido o Sr. António Osório Bougarth Loureiro Barbosa, que no cargo se manteve até 31 de Julho de 1949.

1949

No dia 8 de Agosto é admitido o Sr. Fernando dos Anjos Cardoso, que desempenhou funções até ao dia 30 de Junho de 1953.

1953

Mário Caldas de Amorim, ocupa o lugar até ao dia 30 de Novembro de 1957, cedendo o lugar a seu irmão Franclim Caldas de Amorim, que acabaria por abandonar o trabalho em 31 de Março de 1958.

1958

No dia 1 de Abril foi admitido o Sr. Fernando Jorge Coutinho de Almeida, que desempenhou funções até 31 de Outubro de 1961, altura em que naquelas funções foi substituído por seu irmão António Coutinho de Almeida, que no lugar se manteve até 31 de Março de 1963. Sucedeu-lhe José Albino do Casal Vieira, desconhecendo-se a data em que cessou funções.

Seguiu-se na “vida” da Instituição um período difícil, mesmo com o encerramento de portas, até que os Serviços de Inspecção empossaram uma Comissão Administrativa e solicitaram à congénere de Póvoa de Varzim, a nomeação de um seu Colaborador, no sentido do mesmo tudo fazer para o saneamento da Instituição, seu encerramento ou reactivação.

1975

No dia 1 de Junho é então destacado para lá, com custos de deslocação e salário, o seu funcionário, Carlos Aníbal Rodrigues de Sousa, que abrindo a porta ao público duas vezes por semana, foi organizando os serviços até que após visita dos Serviços de Inspecção, em Dezembro de 1976, se verificou que tudo já se encontrava em ordem, notando-se da parte dos Associados um grande desejo da “sua” Instituição regressar ao regime normal de funcionamento, com abertura ao público todos os dias. Desta forma, como o referido Carlos Sousa era funcionário da congénere de Póvoa de Varzim, não lhe era possível assegurar o serviço diário, pelo que propôs à Comissão Administrativa a contratação de uma pessoa da sua confiança, o que veio a acontecer com a admissão da Sr.ª D. Maria da Graça Ferreira de Lima, que inicialmente com a ajuda do próprio Carlos Sousa ou de outro funcionário da Caixa de Póvoa de Varzim, a partir do dia 1 de Fevereiro de 1977 passou a dirigir administrativamente aquela Cooperativa de Crédito.

1978

Por Assembleia-Geral de 14 de Janeiro, a Comissão Administrativa cessa funções, procedendo-se à eleição dos Órgãos Sociais, conforme preceituam os seus estatutos.

Volta, assim, a Caixa de Esposende, à normalidade, vindo a ser membro da Direcção da Credinorte – União das CCAM’s de Entre Douro e Minho, cargo que ocupou desde 10 de Fevereiro de 1982 a 8 de Novembro de 1989.

1991

A gerente Maria da Graça, cessa funções a 17 de Outubro, altura em que deixou de pertencer aos “quadros” da Instituição e é então nomeada para o seu lugar Maria Alice Carvalho Vilas Boas, que desempenha funções até final de 1994.

1994

Sucede-lhe no cargo, o Sr. José Félix Afonso Santa Marinha, que se manteve como responsável dos serviços, até à data da celebração da escritura de fusão com a sua congénere de Póvoa de Varzim e Vila do Conde.

Póvoa de Varzim

1938

A Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Póvoa de Varzim foi fundada por um grupo de 45 agricultores, em 31 de Março, com uma área social limitada ao concelho.

1939

Iniciou a sua actividade a 2 de Janeiro, com funcionamento ao público apenas às terças e sextas-feiras.

Para responsável administrativo, foi admitido o Sr. Adérito José Torres, cargo que desempenhou desde 1 de Dezembro de 1938 a 31 de Dezembro de 1940.

1940

Todavia, nos primeiros meses as “coisas” não estavam a correr muito bem, não só na organização dos serviços mas também no contacto com os futuros sócios, os quais dado o período de usura em que se vivia, (já que se estava em plena 2ª Guerra Mundial) desconfiavam dos objectivos da Caixa de Crédito Agrícola.

Era portanto necessário admitir algum funcionário que transmitisse confiança e seriedade, o que levou a Direcção a contactar o Sr. Clemente Gonçalves de Sousa, de 46 anos de idade, residente em Póvoa de Varzim, mas natural da freguesia de Estela, daquele concelho, pessoa muito honesta e conceituada no meio, ex-combatente da 1ª Guerra Mundial, onde havia sido condecorado pelos seus feitos, e ex-guarda fiscal.

No entanto, como o seu processo de aposentação da Guarda Fiscal ainda não estava concluído, aquele Senhor “acertou” com a Direcção, que de imediato colocaria na Caixa o seu filho, Aníbal Gonçalves de Sousa, então com 15 anos de idade, (o que viria a verificar-se com a sua entrada ao serviço em 1 de Abril) a quem de forma graciosa apoiaria com visitas diárias à Instituição, ajudando também junto dos agricultores na promoção da instituição e divulgação dos seus objectivos.

1941

Em 3 de Janeiro, o Sr. Clemente Gonçalves de Sousa, é admitido Associado.

Em 24 de Janeiro do mesmo ano é eleito secretário da Direcção, ficando assim legalmente nos Órgãos Sociais da Instituição e no apoio ao seu filho que nessa altura já era o único funcionário, uma vez que o Sr. Adérito José Torres, tinha cessado funções em 31 de Dezembro.

O Sr. Clemente Sousa, manteve-se na Direcção da Caixa, primeiro como secretário e depois como tesoureiro até que em 1973, altura em que com 80 anos, entendeu não se recandidatar.

1973

O Sr. Aníbal de Sousa, após a sua admissão e com a ajuda do Pai, conseguiu conciliar o trabalho com os estudos. Ávido de conhecimento, o seu dinamismo envolveu o que hoje chamaríamos de proactividade, capacidade de iniciativa, liderança. Pedindo conselhos às Caixas mais evoluídas na época, conseguiu captar depósitos crescentes, potenciando a autonomia financeira da instituição. Na época, não era hábito as Direcções tomarem parte activa na “vida” da Instituição, conforme preceituam os seus estatutos e assim o Sr. Aníbal de Sousa foi durante muitos anos a alavanca motora de toda a organização, fazendo com que a cooperativa singrasse e se classificasse sempre entre as maiores instituições congéneres.

Área Social

1952

Como já referido, inicialmente com uma área social confinada ao concelho de Póvoa de Varzim, a Caixa Agrícola vê por Alvará de 14 de Junho, aquela área alargada às freguesias de Vila do Conde, a norte do rio Ave, a saber: Vila do Conde, Touguinha, Touguinhó, Rio Mau, Arcos, Junqueira, Bagunte e Outeiro.

1979

Por vontade dos sócios manifestada em Assembleia Geral e por Alvará de 5 de Setembro, a área social é alargada às restantes freguesias do concelho de Vila do Conde, ficando portanto a área de acção da Instituição a compreender na totalidade os concelhos de Póvoa de Varzim e de Vila do Conde. O sonho de um pequeno grupo de agricultores idealista, que apostou na modernização do sector, foi finalmente concretizado. Póvoa de Varzim e Vila do Conde, ligados pelo aqueduto formavam agora um só bloco de dinamização e progresso.

1983

Faltava apenas uma denominação comum às duas terras, o que viria a acontecer por escritura pública realizada em 7 de Dezembro. Era assim a concretização da vontade dos Associados, manifestada em Assembleia Geral de 27 de Dezembro de 1982.

Uma Instituição criada com o objectivo primeiro do exercício de crédito agrícola mútuo aos agricultores do concelho de Póvoa de Varzim, era agora de pleno direito uma cooperativa que tinha como área social e denominação o nome de duas terras onde as sedes dos concelhos estão naturalmente geminadas.

Fusão com a Caixa de Esposende

1996

Por vontade dos Associados da Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Póvoa de Varzim e Vila do Conde e da sua congénere de Esposende, manifestada em Assembleias Gerais, é celebrada a escritura de fusão de ambas as Caixas, em 31 de Janeiro, pelo que a instituição passou a denominar-se Caixa de Crédito Agrícola Mútuo de Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Esposende, passando portanto a nova instituição a cobrir uma área social que compreende os concelhos de Póvoa de Varzim, Vila do Conde e Esposende.

FENACAM

1974

Após 25 de Abril as Caixas de Crédito Agrícola Mútuo sentiram também necessidade de criar as suas próprias instituições de cúpula e dessa forma começaram a reivindicar a sua autonomia. Pela mão do Sr. Aníbal de Sousa, e com o apoio da Direcção, esta Caixa fez parte do movimento que esteve na origem da FENACAM - Federação Nacional das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo.

Credinorte

A generalidade das Caixas de Entre-Douro e Minho, não tinham uma situação financeira confortável e as novas exigências da sua actividade obrigava-as a admitir pessoal habilitado ao desempenho dos novos desafios, nomeadamente no que concerne à execução da sua contabilidade.

Desta forma, era necessário criar uma “Organização” que de forma simples, rápida, concreta e económica pudesse apoiar as Caixas da sua região a melhor se equiparem para a execução do trabalho diário com segurança e qualidade.

Nesse sentido, mais uma vez a Caixa da Póvoa de Varzim decidiu “meter pés ao caminho” e assim, liderou a criação da Credinorte – União das Caixas de Crédito Agrícola Mútuo de Entre-Douro e Minho, tendo sido eleito para presidir à Direcção, o Sr. Joaquim Maia Igreja, em representação da “sua” Caixa.

A Credinorte para além de ter conseguido a aquisição de equipamentos através de compra em grupo (beneficiando as suas associadas com o desconto daí resultante), admitiu um técnico de contas que deslocando-se às Caixas, ajudou os serviços na elaboração dos registos contabilísticos, com custos muito reduzidos.

O Sr. Aníbal de Sousa foi promovido ao cargo de Adjunto de Direcção, passando a fazer deslocações semanais às Caixas de Crédito Agrícola Mútuo da área social da União, no sentido de motivar as suas direcções e funcionários, ajudando-os frequentemente no desempenho das suas tarefas diárias, muitas vezes acompanhado pelo seu Presidente da Direcção, Sr. Joaquim Maia Igreja e pelo Técnico de Contas.

Como o Sr. Aníbal Gonçalves de Sousa se passou a dedicar mais à actividade da Credinorte, o Sr. Carlos Aníbal Rodrigues de Sousa foi nomeado Director de Serviços da Caixa de Póvoa de Varzim, da qual já era funcionário desde 31 de Julho de 1961.

O Sr. Aníbal e o Sr. Maia Igreja, em representação da União, fizeram parte do grupo de dirigentes das Caixas de Crédito Agrícola, que em reuniões regulares realizadas na FENACAM, arduamente trabalharam na elaboração do modelo de Regime Jurídico, que esteve na origem da publicação do Decreto-Lei 231/82 e que veio a permitir a autonomia do sistema e o grande desenvolvimento das referidas instituições.

Caixa Central

O Sr. Aníbal, em representação da sua Caixa participou activamente no processo que originou a criação da Caixa Central de Crédito Agrícola Mútuo, de cujos Órgãos Sociais foi membro, entre 1985 e 1991. Em 2001, por ocasião do 90º Aniversário do Crédito Agrícola, recebeu a medalha de ouro pelo meio século de bons serviços prestados ao Crédito Agrícola e à “sua“ Caixa.

Aposentado em 1990, manteve, até ao fim da sua vida, laços com a sua Caixa, visitando diariamente os “Serviços” e tomando parte em todas as cerimónias promovidas pela mesma.

Foi representante honorário do Crédito Agrícola na CONFAGRI.

Aníbal Gonçalves de Sousa marcou a instituição pela “astúcia” e perspicácia, e foi o rosto da confiança da Caixa Agrícola na lavoura local.

Após a constituição da FENACAM e da Caixa Central e por eleição, esta Caixa fez quase sempre parte dos seus Órgãos Sociais, bem como, das empresas do grupo, tais como CA Seguros, CA Vida e outras, o que atesta a importância e prestígio de que a mesma goza no seio do Crédito Agrícola.